Fiscais aprovados em concurso público de Sumaré aguardam solução legal

Revogação de cargos e falta de regulamentação deixam aprovados sem posse; nova lei é vista como única saída pelo grupo e pela Justiça

09/01/2025 10h35 - Atualizado há 3 meses
Fiscais aprovados em concurso público de Sumaré aguardam solução legal
Reprodução

Fiscais aprovados em concurso público em Sumaré aguardam que o novo governo municipal, liderado pelo prefeito Henrique do Paraíso (Republicanos), apresente uma solução jurídica para viabilizar suas contratações. A ausência de uma legislação específica que defina as atribuições do cargo levou à inconstitucionalidade de leis e decretos que criaram o posto de fiscal municipal, conforme decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

A situação foi exposta após a publicação de um edital de revogação, no início de dezembro, que suspendeu os chamamentos e convocações dos candidatos aprovados no certame. Segundo a Prefeitura, a medida segue recomendação da Procuradoria-Geral do Município, que apontou a necessidade de o próximo governo elaborar uma nova lei para regularizar os cargos.

Para os aprovados, que investiram tempo e recursos para participar do concurso, a revogação representa não apenas um revés financeiro, mas também um impasse jurídico que poderia ter sido evitado. "Queremos uma nova lei com as atribuições dos cargos. Foi feito só um cargo genérico de fiscal, e isso está errado", relatou um grupo de cinco candidatos que pediram demissão de seus empregos anteriores e realizaram exames médicos, aguardando a posse que não ocorreu.

Decisão Judicial e Impactos

A questão ganhou destaque após o TJ-SP julgar procedente uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), declarando inconstitucionais diversas leis e decretos que criaram o cargo de fiscal municipal sem especificar suas atribuições. A decisão proíbe novas nomeações e determina a extinção progressiva dos cargos, embora mantenha a validade dos atos administrativos praticados por servidores já investidos.

Os cargos unificados como “fiscal municipal” não atendem ao princípio da reserva legal, apontou o Tribunal. Segundo especialistas, a ausência de regulamentação pode gerar prejuízos administrativos e financeiros, como a nulidade de atos realizados pelos servidores.

Próximos Passos e Consequências

O grupo de aprovados solicita que o prefeito Henrique do Paraíso envie à Câmara Municipal um projeto de lei que resolva o problema. Além de viabilizar as contratações, a medida garantiria maior eficiência na fiscalização do município.

Caso a situação não seja solucionada, as consequências podem incluir ações judiciais por parte dos candidatos prejudicados, além de prejuízos ao erário público e desgaste político para o governo municipal.

Enquanto aguardam, os aprovados permanecem em um limbo jurídico, com suas vidas profissionais em suspenso e suas expectativas depositadas na agilidade do novo governo em corrigir as falhas herdadas.