A Câmara Municipal de Sumaré tem falhado em cumprir um dos compromissos mais básicos com a população: a pontualidade. Embora o site oficial da Casa Legislativa divulgue que as sessões ordinárias começam às 10h das manhãs de terça-feira, na prática, atrasos de até duas ou três horas têm sido frequentes — e sem qualquer explicação clara aos cidadãos.
O problema, que já virou rotina, afeta diretamente o direito da população de acompanhar os trabalhos legislativos e exercer o seu papel de fiscalização dos representantes eleitos. O mais preocupante é que, mesmo com o início tardio, as sessões ainda são frequentemente interrompidas por reuniões internas, reforçando a sensação de descaso com o público.
Servidores da própria Câmara e até vereadores, em conversas de bastidores, demonstram incômodo com a situação, mas apontam que a prática já se tornou um “hábito institucional” difícil de romper. O argumento mais comum para justificar os atrasos seria a realização de reuniões de última hora ou a análise de projetos complexos. No entanto, todos os parlamentares contam com assessores técnicos justamente para garantir preparo prévio.
Instabilidade afasta a população e fragiliza a imagem do Legislativo
A repetição dos atrasos tem desmotivado até os mais interessados. “Muita gente desiste de acompanhar porque não sabe a que horas a sessão vai, de fato, começar. É uma instabilidade que enfraquece o vínculo da sociedade com a política local”, diz outro cidadão que acompanha as sessões pela internet.
Para especialistas em gestão pública, a postura da Câmara compromete a imagem da instituição. “Cumprir o horário é o mínimo para garantir transparência e previsibilidade. A população precisa confiar que haverá respeito institucional com os compromissos assumidos publicamente”, afirma a cientista política Marina Duarte.
Diante desse cenário, ganha força entre os munícipes uma reivindicação clara: que a Câmara Municipal de Sumaré passe a cumprir o horário das 10h ou, ao menos, atualize oficialmente o início das sessões para o período da tarde, como já vem ocorrendo na prática.
A pontualidade, neste contexto, representa mais do que um ato de organização: é um sinal de respeito com a população e com a democracia.