Posto de combustível de Sumaré é citado em operação contra o PCC

Carbono Oculto investiga uso de rede com mais de 1 mil postos para lavagem de dinheiro da facção

31/08/2025 15h37 - Atualizado há 1 semana

Um posto de combustível localizado em Sumaré foi citado pela Justiça de São Paulo nas investigações da Operação Carbono Oculto, considerada a maior ação da história contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). A investigação aponta que a facção teria utilizado uma rede de mais de mil postos em todo o país para lavagem de dinheiro, movimentando recursos ilícitos do tráfico e de outras atividades criminosas.

Segundo a Receita Federal, parte desses estabelecimentos recebia valores em espécie ou por meio de transações em maquininhas de cartão, repassando o dinheiro posteriormente para contas ligadas à organização criminosa.

O caso de Sumaré

Entre os 19 postos citados nominalmente em decisões judiciais, está um estabelecimento em Sumaré, que seguia em funcionamento até a última quinta-feira (28). O nome do proprietário não foi divulgado oficialmente, mas a Justiça aponta ligações com pessoas investigadas por associação com a facção.

O posto aparece ao lado de outros empreendimentos em cidades paulistas como São Paulo, Piracicaba, Arujá, Guarulhos, Praia Grande e Catanduva, além de municípios em Goiás.

Contexto da investigação

De acordo com as decisões judiciais, parte dos postos pertence a empresários considerados “laranjas” ou diretamente associados a lideranças do PCC. Entre eles, o nome de Armando Hussein Ali Mourad, apontado como peça-chave na blindagem patrimonial da facção e citado em diversos estabelecimentos, incluindo Piracicaba.

Em Sumaré, a manutenção do posto em funcionamento mesmo após a deflagração da operação levantou questionamentos. A Receita Federal informou que não comenta investigações em andamento.

Defesa e repercussão

O g1 tentou contato com os representantes legais dos empresários citados, entre eles Gustavo Nascimento de Oliveira, Renan Cepeda Gonçalves, Armando Hussein Ali Mourad e Ricardo Romano, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.

Enquanto isso, o posto de Sumaré segue ativo, sendo monitorado pelos órgãos de fiscalização.

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