Um posto de combustível localizado em Sumaré foi citado pela Justiça de São Paulo nas investigações da Operação Carbono Oculto, considerada a maior ação da história contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). A investigação aponta que a facção teria utilizado uma rede de mais de mil postos em todo o país para lavagem de dinheiro, movimentando recursos ilícitos do tráfico e de outras atividades criminosas.
Segundo a Receita Federal, parte desses estabelecimentos recebia valores em espécie ou por meio de transações em maquininhas de cartão, repassando o dinheiro posteriormente para contas ligadas à organização criminosa.
Entre os 19 postos citados nominalmente em decisões judiciais, está um estabelecimento em Sumaré, que seguia em funcionamento até a última quinta-feira (28). O nome do proprietário não foi divulgado oficialmente, mas a Justiça aponta ligações com pessoas investigadas por associação com a facção.
O posto aparece ao lado de outros empreendimentos em cidades paulistas como São Paulo, Piracicaba, Arujá, Guarulhos, Praia Grande e Catanduva, além de municípios em Goiás.
Contexto da investigação
De acordo com as decisões judiciais, parte dos postos pertence a empresários considerados “laranjas” ou diretamente associados a lideranças do PCC. Entre eles, o nome de Armando Hussein Ali Mourad, apontado como peça-chave na blindagem patrimonial da facção e citado em diversos estabelecimentos, incluindo Piracicaba.
Em Sumaré, a manutenção do posto em funcionamento mesmo após a deflagração da operação levantou questionamentos. A Receita Federal informou que não comenta investigações em andamento.
Defesa e repercussão
O g1 tentou contato com os representantes legais dos empresários citados, entre eles Gustavo Nascimento de Oliveira, Renan Cepeda Gonçalves, Armando Hussein Ali Mourad e Ricardo Romano, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.
Enquanto isso, o posto de Sumaré segue ativo, sendo monitorado pelos órgãos de fiscalização.